quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Excesso de Confiança Proveniente do Sucesso, o primeiro dentre os Cinco estágios do Declínio Corporativo.

O fracasso da MOTOROLA citado por Jim Collins (autor do Best-seller Empresas feitas para vencer) em COMO AS GIGANTES CAEM, e definido pelo mesmo como Excesso de confiança proveniente do sucesso, o primeiro dentre os cinco estágios do declínio corporativo, nos mostra uma realidade surpreendente de uma empresa de sucesso que entrou em declínio ao se tornar uma empresa líder do segmento de telefonia móvel. Em dezembro de 1983 , o ultimo radio automotivo da Motorola fabricado nos Estados Unidos saiu da linha de montagem e chegou as mãos do presidente do Conselho Robert Galvin como um lembrete. Não como uma lembrança sentimental, mas como uma recriminação tangível para continuar a desenvolver novas tecnologias em um processo continuo de autorrenovação criativa. A história da Motorola ensinou Galvin que é muito melhor criar o próprio futuro, repetidamente, do que esperar que forças externas ditem as suas escolhas. Quando o primeiro negócio da jovem Galvin Manufacturing Corporation, eliminadores de baterias para rádios, se tornou absoleto, Paul Galvin (pai de Robert) se viu diante de enormes dificuldades financeiras em 1929. Dessa forma, ele começou a fazer experimentos com rádios de carros, mudou o nome da empresa para Motorola e começou a ter lucros. Mas essas experiências de quase-morte definiu a cultura fundamental da Motorola, instilando a crença de que as realizações passadas não garantem o sucesso no futuro, nem a necessidade quase obsessiva de progresso e melhoria.
Em meados da década de 1990, contudo, a magnífica trajetória de sucesso da Motorola, que culminou em um crescimento de $ 5 bilhões a $ 27 bilhões em faturamento anual em apenas uma década, contribuiu para uma transição cultural de humildade e arrogância.
Em 1995, os executivos da Motorola sentiam muito orgulho do telefone celular StarTAC, que logo seria lançado; o então menor telefone celular do mundo, com seu design elegante, era o primeiro do gênero. Havia apenas um problema: o StarTAC utilizava tecnologia analógica justamente quando as operadoras de telefonia sem fio começavam a demandar tecnologia digital. E como a Motorola reagiu à isso? De acordo com Roger O. Crockett, que cobriu a empresa de perto para a Business Week, um dos líderes seniores da Motorola negou a ameaça digital: “Quarenta e três milhões de clientes analógicos não podem estar errados.” Então a Motorola tentou usar táticas agressivas com operadoras de telefonia móvel como a Bell Atlantic. Se vocês quiserem o incrível aparelho StarTAC, dizia o pessoal da Motorola, terão de concordar com nossas regras: um grande percentual (cerca de 75%) de todos os seus telefones deve ser da Motorola; e vocês devem promover nossos telefones com expositores exclusivos. A Bell Atlantic, irritada com essa atitude, respondeu que nenhum fabricante imporia o quanto de seu produto seria distribuído.
A arrogância da Motorola abriu espaços para os concorrentes e a Motorola caiu de fabricante número 1 de telefones celulares do mundo, chegando a conquistar aproximadamente 50% da participação de mercado, para uma participação de mercado apenas 17% em 1999. A queda da Motorola começou com o Estágio 1, o Excesso de Confiança Proveniente do Sucesso.
Desde a Grécia Antiga, o conceito de excesso de confiança é definido como orgulho excessivo que derruba um herói ou uma arrogância afrontosa que inflige sofrimento aos inocentes.
A Motorola começou o ano de 2001 com 147 mil empregados, mas, no fim de 2003, o número caíra para 88 mil – aproximadamente 60 mil empregos a menos.

Enviado por:
CLÉBER BALÉRO GUZZO


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Curiosidades do Mundo Corporativo

A Coca-Cola como todos pensam não nasceu na garrafa. Foi criada em 1886 por John S. Pemberton na Farmácia Jacobs, em Atlanta e durante anos foi comercializado no copo, retirado das máquinas que servem bebidas gasosas. O xarope da Coca-Cola, a base açucarada cor de caramelo, era misturada com água gaseificada fria para consumo imediato. Depois da morte do seu criador, já nas mãos de Asa Candler, foram entregues os direitos de engarrafamento para dois jovens advogados. A garrafa emplacou e em 1905 a Coca-Cola passou a ser vendida em frascos em todos os lugares, mas tinha um problema: havia cerveja sem álcool, laranjada e soda-limonada, tudo isso acondicionado em garrafas parecidas. Como a empresa queria uma embalagem que o consumidor pudesse sentir algo capaz de ser imediatamente identificado pelo tato a Coca-Cola contratou a Root Glass que criou uma garrafa exclusiva feita de vidro verde num formato original. E esse foi um dos mairoes impasses da história dessa empresa.
 A garrafa verde (a última da esquerda para a direita na imagem) de 185ml estava tão firmemente estabelecida que ele e muitos executivos não imaginavam nenhuma outra opção de embalagem, pois na visão deles, a garrafa e a bebida dentro dela eram como um ovo, algo único com a marca singular: Coca-Cola. Em 1939 a Pepsi-Cola começou a ser vendida em garrafas de 355ml e começou a crescer, pois os americanos passaram a ter condições de comprar geladeiras e podiam servir uma quantidade maior em casa, resultado, as vendas da Pepsi-Cola dobraram entre 1947 e 1954, enquanto as de Coca-Cola caíram. O produto mais conhecido no mundo, corria perigo, por causa da inflexibilidade de seus gestores em não querer mudar a embalagem, sempre acreditando que a Pepsi faliria vendendo cada garrafa com o dobro de refrigerante e o dobro de açúcar, por cinco centavos a mais, mas não faliu. Finalmente em 1955, 56 anos depois, a Coca-Cola Company pôs a inflexibilidade de lado e lançou o produto em três novas embalagens: a de 296ml, a de 355ml e a de 770ml (tamanho família). Finalmente, um a um, de seus gestores reconheceram que, se não fizessem mudanças, estariam cometendo suicídio corporativo.
Vale postar aqui uma frase de um ex-presidente da Coca-Cola Company nos Estados Unidos, que assumiu logo depois do ocorrido em 1974, o Sr. Donald R. Keough:
"Quando as condições à sua volta mudarem, adote a inflexibilidade. Teime em ser intransigente. Mantenha-se irredutível. O fracasso é certo."

Em breve será postado outro exemplo de intransigencia que ocorreu em outra empresa, uma das maiores do mundo, a IBM.