
Em meados da década de 1990, contudo, a magnífica trajetória de sucesso da Motorola, que culminou em um crescimento de $ 5 bilhões a $ 27 bilhões em faturamento anual em apenas uma década, contribuiu para uma transição cultural de humildade e arrogância.
Em 1995, os executivos da Motorola sentiam muito orgulho do telefone celular StarTAC, que logo seria lançado; o então menor telefone celular do mundo, com seu design elegante, era o primeiro do gênero. Havia apenas um problema: o StarTAC utilizava tecnologia analógica justamente quando as operadoras de telefonia sem fio começavam a demandar tecnologia digital. E como a Motorola reagiu à isso? De acordo com Roger O. Crockett, que cobriu a empresa de perto para a Business Week, um dos líderes seniores da Motorola negou a ameaça digital: “Quarenta e três milhões de clientes analógicos não podem estar errados.” Então a Motorola tentou usar táticas agressivas com operadoras de telefonia móvel como a Bell Atlantic. Se vocês quiserem o incrível aparelho StarTAC, dizia o pessoal da Motorola, terão de concordar com nossas regras: um grande percentual (cerca de 75%) de todos os seus telefones deve ser da Motorola; e vocês devem promover nossos telefones com expositores exclusivos. A Bell Atlantic, irritada com essa atitude, respondeu que nenhum fabricante imporia o quanto de seu produto seria distribuído.
A arrogância da Motorola abriu espaços para os concorrentes e a Motorola caiu de fabricante número 1 de telefones celulares do mundo, chegando a conquistar aproximadamente 50% da participação de mercado, para uma participação de mercado apenas 17% em 1999. A queda da Motorola começou com o Estágio 1, o Excesso de Confiança Proveniente do Sucesso.
Desde a Grécia Antiga, o conceito de excesso de confiança é definido como orgulho excessivo que derruba um herói ou uma arrogância afrontosa que inflige sofrimento aos inocentes.
A Motorola começou o ano de 2001 com 147 mil empregados, mas, no fim de 2003, o número caíra para 88 mil – aproximadamente 60 mil empregos a menos.
Enviado por:
CLÉBER BALÉRO GUZZO